Ivo
Pugnaloni presidente da Associação Brasileira de Fomento as Pequenas Centrais
Hidroelétricas (ABRAPCH) informou diretamente à Presidenta Dilma Rouseff, em
carta aberta publicada na revista GTD, a
situação problemática em que se encontra
o setor elétrico brasileiro por depender cada vez mais das poluentes e caras
termoelétricas que provocaram aumento de 35% nas tarifas da COPEL em julho de
2014.
Na
carta o engenheiro mostra que no Brasil, as energias renováveis – hidráulica,
biomassa e eólica - alternam sua
produção máxima ao longo do ano, criando uma matriz energética quase perfeita.
E que se essa matriz fosse utilizada de maneira correta, não haveria necessidade
de tanta utilização das termoelétricas, oito vezes mais caras e poluentes.
Pugnaloni
pergunta à Presidenta: “Se é possível atingirmos essa matriz energética quase
perfeita, por que razão então a ANEEL e a EPE estariam optando nos leilões pela
compra majoritária das fontes termoelétricas?”
Ivo
mostra à presidenta, com um gráfico elaborado pela ABRAPCH com dados da EPE, que
quase 40% do total da energia nova comprada nos leilões da ANEEL e da EPE, para
abastecer o país, impedindo um “apagão” de grandes proporções veio de
termoelétricas. Enquanto isso ocorre, as pequenas centrais hidroelétricas
ficaram com apenas 1% dessa parcela. Pugnaloni
avisa à presidenta que isso se deve, em grande parte aos baixos valores fixados
nos leilões para os preços-teto das PCH’s
que passaram a ser inexequíveis, impossíveis
de serem praticados de forma a remunerar a construção das PCH’s que desejem vender
energia no mercado regulado.
Ivo
mostra ainda que essa falsa economia, feita com o artifício de negar alguns reais a mais para as PCH’s, tem ao
final causado enormes prejuízos a todos com gastos muito maiores aos
consumidores. “Isso prova que o barato sai caro, como está ocorrendo no caso do
reajuste da Copel, devido ao grande uso de energia das termoelétricas.” Além
disso, Ivo lembra à Presidenta e a própria COPEL que esta estranha “preferência
pelas fontes poluentes” que a ANEEL e a EPE vem praticando, causou um aumento
de 150% nas emissões de gases de carbono e de particulados de enxofre, ou seja
um grande impacto ambiental.
“Não
deixa de ser curioso refletir sobre o silencio de alguns frente as
termoelétricas e como nada dizem sobre essa enorme causa de poluição os que praticamente se profissionalizaram em
procurar, a todo custo, apontar pretensos danos ambientais que seriam causados
pelas PCH’s, que ao contrario, contribuem para a conservação do solo e da mata
ciliar ao longo dos rios e reservatórios”, criticou Pugnaloni.
“A
maior parte da população brasileira e do Paraná ainda não está ciente da atual
situação, nem daquilo que vem ocorrendo com a geração de energia no Brasil. Mas essa situação vai mudar em breve, pois a tendência de alta para o consumidor final fará
com que todos tenham interesse em saber o que está acontecendo, de quem é a
culpa e a responsabilidade por não usarmos mais a água para produzir energia,
que é limpa e nacional, mas sim preferindo usar combustíveis importados, que
são poluentes, nocivos a saúde e à balança comercial do país. A real situação
energética brasileira é de desequilíbrio na escolha das fontes de energia. E
isso precisa ser corrigido.” concluiu o engenheiro em sua carta à Presidenta
Dilma Rouseff.
Para ler a carta completa de Ivo para a Presidenta acesse o link.
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