
O risco de déficit de energia no sistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal do País, caiu de 6,1% no começo de março para 4,9% agora, enquanto para a região Nordeste o risco de falta de energia continuou em 1,2%. Os dados são do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e foram adiantados ontem pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, ao participar de audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Ainda assim, e mesmo com uma melhora nas
chuvas em março, o ministro disse que o governo está trabalhando no
planejamento do setor elétrico para que o sistema possa estar preparado
para uma situação de crise hídrica no começo de 2016 igual ou pior que a
vivida no País no início deste ano. “Poderemos chegar a dezembro de
2015 ou janeiro de 2016 em situação igual ou pior que a de 2015. Espero
que não seja assim, mas temos que nos planejar”, afirmou.
Braga citou a realização de um leilão de
reserva ainda este ano para garantir uma segurança adicional para o
começo de 2016. O ministério autorizou a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) a realizar no dia 29 de maio o terceiro leilão de
energia de reserva de 2015. Segundo o documento, a conexão das usinas
vencedoras do leilão deverá ocorrer no submercado Sudeste/Centro-Oeste.
Ao apresentar dados do setor, o ministro
citou a entrada de 1.500 megawatts novos no parque nacional de geração
entre janeiro e março deste ano. Ele também mostrou tabelas com dados
sobre a situação dos reservatórios das hidrelétricas em 2001 e 2015.
“Mesmo com volume de água em
reservatórios menor que em 2001, temos condições de garantir a oferta de
energia. E aumentamos muito a capacidade de transmissão entre as
regiões do País. Isso permite que volumes de energia sejam transferidos
entre as regiões que têm ritmos hidrológicos distintos, ao contrário do
que acontecia em 2001″, completou.
Para o ministro, a possibilidade de
racionamento de eletricidade no País é cada vez menor. Ele destacou que a
queda no consumo de energia nos últimos meses no País tem ajudado a
manter o equilíbrio estrutural do sistema elétrico. “A cada dia nos
afastamos seguramente de qualquer possibilidade de racionamento”,
garantiu.
Em resposta aos parlamentares, Braga
voltou a dizer que metas de qualidade e compromissos de investimentos
serão exigidos das empresas de distribuição de energia para a renovação
das concessões do setor que começam a vencer a partir de junho deste
ano.
“O realismo tarifário que estamos
implantando precisa ser acompanhado pela melhoria da qualidade dos
serviços. Qualidade e investimentos serão fundamentos para renovação de
concessões de distribuição”, afirmou.
Déficit
O Conselho Nacional de Política
Energética (CNPE) admite um risco de déficit de até 5%, o que significa
que o sistema voltou a ter um risco tolerável após ter ficado acima
desse patamar nos últimos meses. “Com base nas análises efetuadas,
observase que as condições de suprimento de energia do Sistema
Interligado Nacional (SIN) melhoraram em relação ao mês anterior”,
afirma o documento divulgado pelo Ministério de Minas e Energia.
De acordo com o CMSE, o SIN tem
condições estruturais para atender o País a despeito da situação
climática desfavorável. (Com agências)
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