Estudo feito pela Associação Brasileira de
Geração de Energia Limpa (Abragel) indica que o país tem potencial para
a instalação de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) que somam 10,5
gigawtts (GW) de capacidade instalada, que podem atingir R$ 75 bilhões
em investimentos.
Segundo
o presidente da Abragel, Charles Lenzi, o levantamento considera os
empreendimentos com capacidade máxima de 75 megawatts (MW). “Comparando
com outras fontes, os projetos poderiam ser mais ambiciosos, mas os
desafios são grandes”, disse o executivo durante a 12 edição do Encontro
Nacional de Agentes do Setor Elétrico.
Entre
os desafios elencados por Lenzi, o principal foi a reestruturação da
garantia física que está sendo conduzida em audiência pública pela
Aneel. “Temos além desta questão, o risco de proliferação de leis
municipais que criam possibilidades de passivos em relação aos
empreendimentos existentes, fator que dificulta a instalação de novas
PCHs”.
O
presidente da entidade afirma que as PCHs voltaram de vez para os
leilões, basta ver a participação da fonte nos últimos leilões feitos
pelo governo. Ele defende que as PCHs são um instrumento importante para
expandir a matriz elétrica do país.
Eólica
O
Brasil tem potencial para atingir geração eólica de 18 gigawatts (GW)
até 2019, estimou a presidente da Associação Brasileira de Energia
Eólica (ABEEólica), Elbia Silva Gannoum. A previsão é encerrar este ano
com 11 GW de capacidade instalada.
“A
participação dessa fonte de energia na matriz energética é de 5%, mas
temos potencial para avançar ainda mais”, disse Elbia durante
apresentação na 12 edição do Encontro Nacional de Agentes do Setor
Elétrico (Enase). De acordo com a executiva, somente no ano passado,
foram investidos R$ 17 bilhões em energia eólica.
Energia solar
A
energia solar fotovoltaica (energia elétrica obtida a partir de luz
solar) no Brasil está em um “momento emergente”, disse o diretor
executivo da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
(Absolar), Rodrigo Sauaia e a perspectiva é de expansão acentuada, com
um potencial de geração de 20 empregos para cada MW instalado e
investimentos de R$ 7 bilhões ao longo de 20 anos.
Dois
leilões para energia solar fotovoltaica estão anunciados, para os dias
14 de agosto e 13 de novembro. A expectativa da Absolar é que a
somatória desses dois leilões supere mil megawatts (MW).
“Será
um outro ano positivo de contratação, que vai ajudar a dar o sinal de
continuidade do investimento nessa fonte, por parte do governo federal
e, em conseqüência, solidificar os interesses e estabelecer cadeia
produtiva”, disse Rodrigo Sauaia.
Para
o diretor da Absolar, os leilões são importantes ainda para que haja um
processo de busca de eficiência no setor, favorecendo, no médio prazo,
que ocorram reduções de preços de energia solar, “para que ela se torne
cada vez mais competitiva e atraente”.
Sauaia
disse que, até abril deste ano, o Brasil registra 534 sistemas de
geração distribuída conectados à rede elétrica, oriundos de diferentes
fontes, dos quais 500 projetos são de energia solar fotovoltaica.
Segundo ele, ocorreu também no período grande avanço no mercado de
geração centralizada, relativo às usinas solares de grande porte.
Em
2014, o governo federal promoveu leilão específico do setor, no qual
foram contratados 1.048 MW. “Um grande salto histórico, cerca de 70
vezes tudo que o país tinha conectado na rede, em um único leilão”.
Segundo
o diretor da Absolar, cada megawatt instalado de energia solar a cada
ano gera 30 empregos ao longo da cadeia produtiva no país onde o sistema
é implantado, dos quais 20% são na parte de fabricação de equipamentos.
“Sendo
conservador, a gente pode dizer que pelo menos 20 empregos seriam
gerados para cada MW instalado. Se o governo mantiver a contratação de
mil MW por ano dessa fonte, isso vai ter um potencial de gerar da ordem
de 20 mil empregos”, acrescenta Sauaia. O executivo da Absolar ressaltou
que também em termos de investimentos há grande potencial de expansão
no Brasil. Os investimentos para os 1.048 MW contratados no ano passado
equivalem a R$ 7 bilhões ao longo de 20 anos.
Fonte: Monitor Mercantil
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