A AES Tietê já sinalizou interesse na
parceria. “Cogitamos seriamente investir nos projetos da Emae. É um
complemento à nossa estratégia de crescer na geração termelétrica”,
afirmou o presidente do grupo AES Brasil, Britaldo Soares. “Já existem
terrenos, gasodutos e redes de transmissão, é um ativo bem
interessante”, ressaltou, lembrando que a Tietê sempre atua como
majoritária nos projetos. Há anos, a companhia tenta viabilizar oferta
de gás natural para dois projetos de termelétricas no Estado, sem
sucesso, diante da baixa disponibilidade do insumo pela Petrobras.
Nas contas da secretaria de energia, os
1,5 mil MW de capacidade total dos projetos demandariam 6 milhões de
metros cúbicos de gás natural por dia. Desse total, 1,5 milhão de metros
cúbicos diários podem ser disponibilizados pela Comgás, que tem
excedente do insumo, enquanto o volume restante pode ser viabilizado por
contratos de gás natural liquefeito (GNL) importado.
De acordo com Meirelles, o GNL poderia
ser regaseificado em terminais da Petrobras em Salvador ou no Rio de
Janeiro e compensados, via swap, pelo insumo que passa pelos gasodutos
de São Paulo. Outra opção seria a instalação pela iniciativa privada de
navios regaseificadores nos portos de Santos ou São Sebastião.
No evento realizado ontem, o governo
estadual lançou também oficialmente o projeto do gasoduto da Rota 4, que
visa escoar a produção de gás do pré-sal da Bacia de Santos. A previsão
do governo é que a obra demande investimentos de R$ 8 bilhões e,
segundo o secretário de energia, Cosan e Shell já confirmaram
investimentos no projeto.
Marcos Lutz, presidente do grupo Cosan,
ressaltou contudo que a empresa participará da iniciativa, mas não
necessariamente aportando capital. “Vamos coordenar um grande estudo e a
entrada de investidores, que podem ser inclusive os produtores do
pré-sal”, disse. O gasoduto tem potencial para dobrar o abastecimento de
gás do Estado, com oferta de 15 milhões de metros cúbicos diários.
Segundo Lutz, é necessário começar as
avaliações hoje, para conseguir viabilizar o projeto quanto a produção
de gás no pré-sal tiver início – na melhor das hipóteses, em 2021. “Essa
é a estimativa mais otimista”, ponderou afirmando que a produção pode
atrasar diante da postura mais conservadora da Petrobras em relação a
investimentos.
O presidente da ABRAPCH, Ivo Pugnaloni, comentou a notícia publicada pelo Valor Econômico:
Aonde estarão os protestos dos “ambientalistas de araque”, contra mais essas termoelétricas fósseis, agora em São Paulo?
Terão esses ferozes críticos da “poluição das hidroelétricas” perdido a voz?
Ou estarão com as gargantas roucas de
gritar no Xingu, na frente das câmeras do produtor e diretor James
Cameron, numa imitação “remake” mal feita, de “Avatar”?
Ou será que os efeitos sobre a saúde
humana do forte aumento das emissões de gases de carbono e particulados,
causados pelas térmicas fósseis e pelo tabaco, não é abrangido pelos
“estudos científicos” que ele encomendam a “especialistas” para caluniar
as hidrelétricas com o dinheiro vindo das Sete Irmãs do petróleo, que
cobrem os custos de suas atividades no Brasil?
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